terça-feira, 1 de junho de 2010

Os presbíteros e o Ano Sacerdotal


No ano passado, na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, 19 de junho, o papa Bento XVI proclamou o Ano Sacerdotal, por ocasião do 150º aniversário natalício de São João Maria Vianney, o Santo Patrono dos párocos do mundo inteiro. Este período, cujo encerramento dar-se-á na mesma solenidade deste ano, cita o próprio papa, “pretendeu contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo”.

Os presbíteros, guiados pelo Espírito Santo, são promovidos, pelo sacramento da Ordem, ao serviço de Cristo Mestre, sacerdote e Rei. Na Encíclica Pastores Dabo Vobis (PDV), João Paulo II afirmou que eles “existem e agem para o anúncio do Evangelho ao mundo e para a edificação da Igreja em nome e na pessoa de Cristo Cabeça e Pastor” (n. 15).

Os presbíteros, guiados pelo Espírito Santo, são, portanto, a representação de Jesus Cristo, cabeça e pastor da Igreja, inclusive na condição de servos de Deus, e devem proclamar sua palavra e anunciá-lo (cf. 2 Cor 3,4b). Neste sentido, Santo Agostinho diz: “Para vós sou bispo, convosco sou cristão. Aquele é um nome de um cargo assumido, este de graça; aquele é um nome de perigo, este de Salvação”. Isto quer dizer que o sacerdócio não deve servir como um meio para alcançar status: a vocação sacerdotal visa o bem da comunidade cristã, e é Deus quem escolhe, chama, consagra e envia.

Os presbíteros, guiados pelo Espírito Santo, “são os Ministros da Palavra de Deus, consagrados e enviados a anunciar a todos o Evangelho do Reino” (PDV, 26). O sacerdote deve mostrar que a Salvação está apenas em Deus e no seu Filho Encarnado feito homem, Jesus Cristo, Nosso Senhor.

O Ano Sacerdotal, pois, quis levar cada padre a refletir e repensar sobre o verdadeiro sentido de sua missão: “Todo Sumo Sacerdote, escolhido dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas que dizem respeito a Deus”. (Hb 5,1), e “é o homem de Deus, aquele que pertence a Deus e faz pensar em Deus” (PDV, 47).

Este período, além de fortalecer a atenção e as orações pelos padres, também foi de tristeza: a imprensa explorou, descobriu e denunciou padres envolvidos com pedofilia, inclusive no Brasil. Este tipo de crime não está na Igreja, e tampouco apenas Nela. Por isso, estas descobertas causaram sofrimentos a toda a vida da Igreja, e os culpados, já estão recebendo as devidas punições pela justiça.

Encerrando o ano sacerdotal, supliquemos a Deus para que os presbíteros sejam, à luz do Documento de Aparecida, verdadeiros Discípulos Missionários, e se dediquem à sua missão amplíssima e universal, em unidade com o bispo, com os demais padres, e principalmente, com os leigos, que constituem a igreja e levam a Palavra de Deus para os demais campos do conhecimento, onde muitas vezes, os sacerdotes não conseguem chegar. Como escreveu o Papa Bento XVI, “a exemplo do Santo Cura d’Ars, deixai-vos conquistar por Jesus Cristo e sereis também vós, no mundo atual, mensageiros de esperança, de reconciliação, de paz”.

Tiago Cosmo

Um comentário:

  1. O Blog da comunidade está bem atualizado e informativo. Parabéns pela iniciativa!

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